sábado, 23 de junho de 2007

Reprise de Domingo a Tarde

O asco me vem á boca, e é domingo,
O patriarcado dos falos é reprisado,
Na televisão.
Glória á desigualdade, á homofobia,
Não é fevereiro, mas é carnaval!
O asco me vem á boca e é domingo,
A falocracia canibal corrompe vulvas,
Encoberto pelos panos das batinas,
Do catolicismo falaz e fanático.
Glória ao dízimo percapita,
Ao descarte das camisas-de-vênus,
Não é fevereiro, mas é carnaval!
Glória á depravação da mulher,
E ao conformismo,
Da nossa sociedade patriarcal, preconceituosa,
Desigual!
E é tudo transmitido ao vivo, o asco me vem á boca,
E o inédito se assemelha á reprise, não é fevereiro,
Mas é carnaval!

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Ode ás Maçãs Podres

Pecado capital!
Raiz, potência fracionária da macieira,
Responsável pela megalomania canibal humana!
Pecado capital!
Maçãs podres e originalmente mordidas,
Corrupção oriunda,
Padrões corrompidos.
Poder! Posto hierárquico maior,
Galho mais alto da macieira,
Sustentado pela raiz!
Pecado capital!
Onde se alimentam de entranhas semelhantes,
Cristos, filhos transgênicos do seu deus,
Implementando montantes legislativos,
Ao invés de adaptar a legislação.
E quanto mais leis, mais formas de burlá-las são concebidas,
E o sistema gira em falso, ciclicamente,
Engrenagem banguela,
Coroa desdentada de espinhos,
Trono do rei!
Oh, pecado capital!
Canibal!
Ave, montantes legislativos!
Ave, despotismo e suas milhares de bocas famintas e insaciáveis,
Ave, legislativo, executivo e judiciário,
E suas fazendas latifundiárias,
Ave, o cultivo e a pré-concepção ensaiada em tubos,
E a venda de milhares de almas alienadas,
Ave, pecado capital!
Que o veto seja vetado das missas!
E quanto mais leis, mais formas de burlá-las são concebidas,
Mais sementes implementadas em covas rasas,
E ave, a subsistência,
O giro falso da engrenagem,
O déficit empenhado em novas medicinas,
A morte da prevenção e a incessante obtenção de lucros!