sábado, 12 de maio de 2007

Operário Automático

A sociedade segue cega, em fila,
Saturada por fazer o que tem que fazer, sem saber porque faz,
Esbarra em semelhantes, aos montes,
Guiada e induzida, engrenagem mor de um sistema cíclico,
Parasita e hospedeiro, simultaneamente.
A boca aberta, as moscas rodeando,
Carniça ambulante que somos,
Soterrados pela existência que nos é imposta,
Operários automáticos!
E quando se houve o sussurro da revolução,
A sociedade segue cega, em fila,
Trabalhando em prol da evolução,
Saturada por fazer o que tem que fazer, sem saber porque faz,
Soterrada na depreciação de seus valores,
Onde o conceito de paraíso gira em torno da obtenção de capital,
Onde todo o absoluto se torna subjetivo a favor da satisfação do ego canibal.
Guiada e induzida, engrenagem mor de um sistema cíclico e sem fim,
A sociedade segue, esbarrando em si mesma,
Proferindo maldições, ao invés de costumeiras saudações,
Segue desacreditada, porém situada,
Consciente e conformada em relação ao inferno dantesco que habita,
Segue apressada,
Vassala do relógio,
Esperando que caia do céu, como a chuva que já não satisfaz a sede, a solução,
E quando se houve o sussurro da revolução,
Segue cega, em fila,
Maldizendo o atual e desacreditando o conceitual,
Trabalhando em prol da evolução, sem notá-la,
Caminhando sem progredir,
Principal responsável pela corrupção do sistema,
Por ser conivente com a podridão, idealizar sem agir,
Saturada,
Seguindo cega o caminho, no piloto automático,
Esperando coibida, pela revolução,
Desacreditada por si mesma, para fazê-la,

Chegando ao fim sem saber porque chega.